sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Ausência


O que representa a não eleição de Lipa Xavier


Camarada Georgino Neto


O socialismo não depende de você, nem de mim, nem de ninguém. O socialismo é a marcha inexorável da humanidade que marcha pra frente. (Jorge Amado)

Não sou analista político. Nem me arvoro a sê-lo; pelo contrário, sempre fui um péssimo entendedor dessa invenção helênica, cunhada para dar organização e representatividade social. É que não resisti. Como montes-clarense de coração (e corpo e alma), me sinto no dever de emitir a minha opinião sobre o processo eleitoral local que acaba de findar. Max Weber, pensador e sociólogo alemão, sabiamente dizia que “há duas maneiras de se fazer política. Ou se vive para a política ou se vive da política”. Bela frase, que tomo com o intuito de ilustrar o meu raciocínio.

Se, na terra da Figueira, existe alguém no qual o pensamento weberiano se torna emblemático, este alguém é Lipa Xavier. Nos seus quatro mandatos de vereador, Lipa cumpriu com maestria soberba a missão de representar os interesses maiores da população de Montes Claros, sem ter um “curral eleitoral”, ou um “lócus” que lhe garantisse a eleição. Partidário do comunismo, foi fiel e combativo aos ideais legados por toda uma geração e uma história de homens e mulheres que, com sangue e verbo, construíram a base da ideologia que prega a igualdade e a justiça social, o bem comum acima dos interesses particulares.

Dirão: o comunismo foi um erro histórico, uma tentativa mal-sucedida de imposição ideológica.

Pois eu digo: o erro histórico maior ainda estar por vir, se não formos capazes de resgatar a crença do comunismo. O genial Millôr Fernandes diz que a história é um tal tecido de mentiras que os colonialistas sempre conseguiram dar a impressão de que todos os países foram descobertos por estrangeiros. Pois não é o que fizeram com o comunismo? Teceram a trama da história oficial arraigada na falsa crença do capitalismo como mola propulsora do desenvolvimento social, em detrimento do risco do comunismo impedir o alcance dos sonhos e dos desejos dos indivíduos.

Pois bem: cá estamos nós, assistindo de camarote a derrocada social chamada capitalismo, à custa de um sofrimento coletivo jamais imaginado, em prol do gozo dos benefícios de uma minoria burguesa que se alimenta da miséria humana. Parece radicalismo? Que seja. Mas creio que devamos, como sugeria Walter Benjamin, escovar a história a contra pêlo.

É pertinente falar em História ao dizer o que representa a não eleição de Lipa neste momento. A princípio, parece apenas se tratar de um candidato que não se elegeu. Mas é muito mais. A não eleição de Lipa Xavier expressa um retrocesso da mentalidade política do povo de Montes Claros. A lacuna aberta pela ausência de Lipa na câmara de vereadores é enorme. Primeiro, porque a cidade perde o espírito combativo e sagaz do moço batizado Eurípedes. E também, porque adormece com a sua falta o ideal comunista na política montes-clarense, que perde o seu único representante. Sem me atrever a explicações racionais que ocasionaram a derrota de Lipa, parece-me que ele se tornou vítima de uma perseguição, tão cruel quanto injusta.

A quem interessa a não eleição de Lipa, camaradas? A quem interessa o desaparecimento da verve afiada e insubmissa de Lipa? O que querem os que tentaram emudecê-lo? As pessoas acreditam que foi Lipa o perdedor. Mas quem de fato perdeu com a não eleição de Lipa foi o povo desta cidade. Infelizmente, temos muito caminho ainda a percorrer no exercício democrático do voto. Neste momento, lembro-me do Bernard Shaw, ao dizer que nos regimes autoritários é uma minoria corrupta que escolhe os governantes; na democracia é a maioria incompetente.

Todos sabem da minha afetiva ligação com o Lipa Xavier. Mais que amigo, um irmão que aprendi a amar e respeitar, como sujeito e como político (como se se pudesse separar essas duas instâncias). Mas acreditem; o meu discurso é baseado na imparcialidade, e justamente pela minha proximidade com o Lipa é que tenho condição de me expressar verdadeiramente.

Há ainda os que julgam necessária uma reforma da representatividade, uma renovação no Legislativo. E, em certa medida, isto de fato é algo desejável e salutar em uma democracia. O que nós não podemos é promover uma mudança cega, estabelecendo concomitantemente o alijamento de pessoas necessárias à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

No fundo, escrevo este texto como uma forma de vazão da minha culpa. Culpa injustificável por não ter votado em Lipa. È que hoje resido em Belo Horizonte, e quando me preparava para viajar a Montes Claros para exercer o meu legítimo direito de escolha, o nascimento do meu filho João Francisco alterou a minha rota. Eu sei que um voto não faria diferença. Ainda assim Lipa não seria eleito. Bem sei disso. Com a minha colaboração, Lipa teria atingido 978 votos. Continuaria em 52° lugar. Mas a minha mágoa, a maior delas, foi não ter tido a honra e o privilégio das outras 977 pessoas, de bater no peito e dizer, com orgulho: “Votei em Lipa”.

Resta-nos agora acreditar que estaremos bem representados, e que, a despeito de tudo, ainda um dia seremos um povo digno, com justiça e igualdade sendo servido no café das nossas manhãs (ao estilo Thiago de Mello).

E para aqueles que tramaram contra a permanência de Lipa na câmara, movendo esforços descomunais para tal fim, o amanhã virá, restabelecendo a verdade e mostrando a face dos que covardemente se utilizaram do poder com um único objetivo: continuar no poder. A grande lição já foi dada. Quem trai a esperança de uma cidade não merece governá-la. Que outros Lipas se multipliquem, trazendo a coragem e a verdade nas mãos e no coração.

Até a vista, camarada Lipa. Perdoe-me pela ausência; perdoe-nos pela ausência.


Artigo publicado no Jornal O Norte.



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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Imaginária Primavera

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Unimontes apresenta concerto ‘Imaginária Primavera’ na 3ª edição das Estações Musicais

A obra do mineiro Edmundo Villani Côrtes será homenageada pela Unimontes na terceira edição do projeto "Estações Musicais"

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) promove nesta quinta-feira (30), a partir das 20 horas, no Automóvel Clube, a terceira edição do projeto “Estações Musicais”, com a apresentação do concerto ‘Imaginária Primavera’, em homenagem à obra do compositor mineiro Edmundo Villani Côrtes. O repertório varia entre os estilos popular e o erudito, com canções, modinhas, choro e samba e a apresentação única será aberta à comunidade, com entrada franca.

O projeto “Estações Musicais”, coordenado pela professora Thalitha Peres e com o apoio da Reitoria e do departamento de Artes, vinculado ao Centro de Ciências Humanas (CCH), prioriza obras clássicas e populares. O Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandez é parceiro da Unimontes nesta iniciativa.

Nas duas primeiras edições, foram apresentados os espetáculos ‘Invierno Porteño’, sobre a obra do argentino Astor Piazzolla, e ‘Ópera no Outono’, em homenagem a Puccini, Verdi e Bizet.

Ainda no evento desta quinta-feira, será apresentado pela primeira vez o “Madrigal Estações Musicais”, que, na verdade, consiste no encontro de cantores da própria Universidade e convidados (sopranos, tenores, contraltos e baixos), sob a regência do professor Fábio Carvalho, também diretor executivo do projeto.

Para a professora Thalitha Peres, Edmundo Villani “é um dos compositores brasileiros mais produtivos, reconhecido nacional e internacionalmente, devendo a sua obra ser entendida como o retrato vivo da cultura brasileira, sendo também destacado como arranjador, pianista e professor”. Ela lembra, ainda, que a apresentação desta quinta-feira proporcionará a compilação de trabalhos desenvolvidos no âmbito dos cursos de Artes da Unimontes nas áreas de Teatro, Música e Visuais: produção, cenário, coordenação e direção executiva.


Projeto “ESTAÇÕES MUSICAIS NA UNIMONTES”

Sob a coordenação da professora e pianista Talitha Peres, o projeto “Estações Musicais na Unimontes” apresenta o concerto ”Imaginária Primavera” totalmente dedicado à obra do compositor mineiro Edmundo Villani Côrtes, um dos maiores compositores brasileiros vivos. O repertório do concerto vai desde canções e modinhas até choro e samba, espelhando o universo das suas composições que transita entre o popular e o erudito.

Esta ocasião será marcada pela estréia do “Madrigal Estações Musicais” composto por algumas das vozes mais expressivas de Montes Claros sob a regência do prof. Fábio Carvalho.

EDMUNDO VILLANI-CÔRTES

No concerto “Imaginária Primavera”, o projeto “Estações Musicais na Unimontes” homenageia um dos principais compositores brasileiros vivos: Edmundo Villani-Côrtes.

Mineiro, nascido em Juiz de Fora, reside em São Paulo desde 1959.

Aos 77 anos, Edmundo Villani-Côrtes é considerado um dos maiores talentos da música nacional da atualidade. Possui vasta experiência musical, que o permite transitar com habilidade entre o erudito e o popular criando um estilo próprio, inconfundível.

Segundo J.Jota de Moraes, crítico do Jornal da Tarde de SP “suas obras são efetivamente escritas como manda a tradição erudita, mas costumam respirar a atmosfera descontraída daquela música que não se aprende na escola, a da música popular urbana brasileira.

É um dos nossos compositores mais produtivos, escrevendo para as mais variadas formações. Além de compositor é também arranjador, pianista, doutor em música e professor. Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais por suas obras e possui uma ampla discografia.

O projeto “Estações Musicais na Unimontes” se sente honrado em homenagear esse grande compositor, tão prestigiado no nosso meio musical, cuja obra representa o retrato vivo da cultura brasileira, o que o coloca em uma sólida e inconteste posição de destaque no cenário mundial.


Fontes: Portal Unimontes e release de divulgação


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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Uma nova Montes Claros nasce das ruas e das urnas

Ramon Fonseca

Após quase quatro meses de intensa campanha, as eleições municipais chegaram ao fim em todo o Brasil no último domingo. Assim como em trinta cidades, entre elas dezenove capitais, a decisão em Montes Claros ficou para o segundo turno. Disputavam a Prefeitura, numa reprise de quatro anos atrás, o atual prefeito Athos Avelino (PPS) e o deputado estadual Tadeu Leite (PMDB).

Mas desta vez o final foi diferente.

Se há quatro anos, Athos representava a esperança de mudança que a cidade almejava: uma administração democrática e participativa, dessa vez, o atual prefeito representava a decepção de uma gestão incompetente, fechada e que buscou criminalizar os movimentos sociais. Arremedos de um Orçamento Participativo que não funciona, como a comunidade do Bairro Alterosa sentiu na pele, obras de última hora visando unicamente às eleições, e uma campanha pautada na mentira e na veiculação de panfletos apócrifos foi a tônica da desastrada administração do PPS-PT em nossa cidade.

A juventude, que foi rechaçada da Prefeitura no dia 24 de abril quando buscava o legítimo direito do meio-passe no transporte coletivo urbano, deu o troco nas urnas. Nem o engodo da Casa da Juventude, inaugurada dez dias antes do início oficial da campanha eleitoral, nem o simulacro de projeto do passe estudantil enviado pelo executivo à Câmara Municipal, limparam a barra do Athos com os estudantes montesclarenses.

Enquanto as principais lideranças do movimento estudantil e juvenil da cidade apresentavam propostas pautadas no Pacto pela Juventude, os funcionários jovens da Prefeitura eram obrigados a passar noites e madrugadas espalhando panfletos apócrifos pela cidade para tentar desestabilizar a candidatura de Tadeu Leite. Com uma atitude arrogante e prepotente, envidaram todos os esforços para se demonstrarem superiores intelectualmente aos eleitores do candidato da coligação “Montes Claros para Todos”. Aqueles que não comungavam de suas práticas eram chamados de reacionários, fascistas e outros termos impublicáveis. Enquanto isso, os jovens montesclarenses se animavam com a possibilidade da criação da Secretaria Municipal de Juventude, da democratização do Conselho Municipal de Juventude (que a maioria da população desconhece a existência), da implantação do ProJovem em nossa cidade. Enfim, com a possibilidade de eleger representantes que respeitem a juventude de Montes Claros.

Como se não bastasse, ainda tivemos que assistir ao apoio patético do Ruy Muniz (DEM), fundador do PT e primeiro candidato a prefeito deles ainda na década de 80, falando sobre ética e honestidade no programa eleitoral do candidato do PPS.

Athos teve, no segundo turno, 572 votos a menos que na mesma etapa na eleição municipal passada, mesmo com o aumento de quase dezenove mil eleitores nesses quatro anos. Enquanto isso, Tadeu Leite teve 16.901 votos a mais do que no segundo turno em 2004.

Enfim, por mais que possam espernear, os 96.374 votos que a população deu a Tadeu Leite, o referendam pra ser o prefeito de nossa cidade. Esperamos que a paralisia e os desmandos administrativos tenham chegado ao fim e que o povo de Montes Claros tenha uma cidade melhor para viver nos próximos quatro anos.

Fotos: Xu Medeiros

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terça-feira, 28 de outubro de 2008

Significados da vitória do demo Kassab

Charge do Bira para o Charge Online

Altamiro Borges*


Na primeira entrevista após o final da apuração do segundo turno na capital paulista, o demo Gilberto Kassab nem parecia o prefeito eleito. Rasgou elogios ao tucano José Serra, que roubou totalmente a cena na coletiva. “Nesses quatro anos tive uma grande perda, que foi a morte de minha mãe, e tive um grande amigo que ganhei na vida e um grande líder, que é José Serra, que levarei para o resto da minha carreira. Dedico a ele essa vitória”, choramingou o novo prefeito, confirmando a tese de que é e será um “laranja” do governador paulista e presidenciável tucano.


Tucano pavimenta o terreno

A folgada vitória de Gilberto Kassab, com 60% dos votos válidos, tem inúmeros significados. O mais preocupante é que ela representa forte impulso à candidatura de José Serra para a sucessão presidencial de 2010. Numa tática arriscada, o grão-tucano traiu Geraldo Alckmin, candidato do seu próprio partido, e apostou no prefeito do demo, mais confiável e funcional às suas ambições políticas. Apesar das rusgas criadas no PSDB – alguns dirigentes propõem punir os “dissidentes” –, Serra venceu a parada. Desta forma, ele garantiu a preservação da aliança com os oligarcas do DEM. De quebra, ainda conseguiu atrair o PMDB paulista, que terá papel decisivo na sucessão.


Serra parte para a nova batalha sucessória bem reforçado. Além de governar o principal estado da federação, garantiu sua marionete na capital e ainda venceu em um terço das cidades de São Paulo, mantendo a hegemonia tucana no estado. Ele também conta com o entusiástico apoio da mídia, que nada noticia sem consultá-lo previamente. Os recentes episódios de ocultamento da guerra das polícias e do seqüestro de Eloá confirmam que ela está totalmente comprometida com o projeto de José Serra. Isto para não falar no apoio do grosso da elite empresarial de São Paulo.


DEM escapa da extinção

Outro significado importante da vitória de Gilberto Kassab é que ela ressuscita o DEM, o ex-PFL dos apoiadores da ditadura militar. Este partido, que representa a oligarquia mais reacionária do país, vinha num processo de definhamento. No ano 2000, elegeu 1.028 prefeitos; em 2004, já sob impacto da experiência progressista do governo Lula, elegeu 790 prefeitos; e nas eleições deste ano, baixou para 496. Muitos analistas já previam o seu sepultamento. Mas graças ao apoio do “traíra” José Serra, os demos ganharam uma sobrevida, mesmo que como apêndice do tucano.


O novo prefeito de São Paulo, apesar de jovem e de se travestir do moderno, é a expressão cabal da política conservadora do DEM. Ele ingressou na política pelas mãos do empresário Guilherme Afif Domingues, um colaborador da ditadura, ex-secretário no governo de Paulo Maluf. Kassab integrou o comando de campanha de Afif na eleição presidencial de 1989. Em 1993, foi eleito vereador na capital paulista. Também exerceu o mandato de deputado estadual (1995-1998) e deputado federal (1999-2005) pelo PFL. No executivo, foi o principal secretário de Celso Pitta, cria de Maluf, que arruinou a capital paulista. É um quadro orgânico deste partido conservador.


Eleitorado conservador

Vice de José Serra em 2004, assumiu a prefeitura em março de 2006, quando o tucano renunciou para disputar o governo estadual. No cargo, ele adotou a postura de total subserviência ao tucano, o que gerou críticas na cúpula do seu partido. Na campanha deste ano, com um eficiente trabalho de marketing, apresentou-se como “bom gerente” e personificou o voto anti-esquerda em São Paulo, desferindo ataques ao PT. A sua vitória confirma a trajetória conservadora do eleitorado paulista, que projetou figuras como Maluf, Pitta e agora elege Kassab, “laranja” de Serra.




Amanhã, leiam aqui no Blog nossa análise das eleições em Montes Claros.


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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Homo sustentabilis

Homo sustentabilis

Por Marina Silva*
Tem-me chamado a atenção o número crescente de convites que recebo para falar sobre desenvolvimento sustentável, em comparação com as demandas para tratar de meio ambiente "stricto sensu".

Pessoas dos mais variados setores, independentemente do grau de informação, demonstram forte intuição de que as respostas para a crise ambiental mais e mais nos remetem à incorporação da sustentabilidade nas formas de produzir e consumir.

Agregam novas preocupações a seu cotidiano, sentem estar diante de uma inescapável mudança de estilo de vida e se percebem imersos na transição de grande envergadura que é o horizonte do século 21.

Uma busca comum de respostas aproxima diferentes nichos de interesse, que questionam e se questionam em dois níveis.

No campo do sentido, em relação à ética dos valores e da política. No campo das alternativas práticas, querem soluções que façam a passagem entre os dois mundos hoje superpostos.

Embora o termo sustentabilidade seja utilizado de maneira ainda difusa, vejo nisso uma qualidade: ele acaba por identificar um espaço de diferença em relação ao sistema dominante e de criação de convergências a partir de um desafio direto: como integrar crescimento material, uso apropriado dos recursos naturais, eqüidade social, valores imateriais e compromisso intergeracional?

O aumento do interesse por sustentabilidade traz um recado: o de que a crise ambiental é também uma crise civilizatória avassaladora. E a saída não virá pela onipotência do nosso pensamento. Há que se ter visão, processo e estrutura.

Visão de que, para alcançar a outra margem do Rubicão, não há projeto ideal nem seria aceitável a hegemonia de grupo ou de corrente de pensamento. O processo deve ser horizontal e transparente, com quebra radical do modelo de liderança individual salvacionista. E a estrutura será aquela capaz de atrair e integrar a contribuição de todos os setores e perfis.

O que importa é colocar em diálogo, de um lado, aqueles que podemos classificar, como o faz Cristovam Buarque, de Homo sapiens global: mais refinado e, ao mesmo tempo, mais frágil diante de situações extremadas, menos resiliente.

E, do outro, está o que resolvi chamar de Homo sapiens local: mais rústico, mais resiliente, mais adaptável à escassez, menos dependente de tecnologia, com conhecimentos associados aos recursos naturais e domínio do saber narrativo: saber escutar, enxergar, fazer.

Quem sabe, desse encontro de saberes nesse momento de transição, não estejamos forjando o Homo sustentabilis?

* Marina Silva é senadora e ex-ministra do Meio Ambiente
** Publicado originalmente no jornal
Folha de SP de 20/10/08.

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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Miragens no deserto

Charge de Miguel para o Jornal do Comércio

O professor Murilo Ferreira analisa a conjuntura econômica e demonstra que a atual crise não é de ocasião, "um simples ajuste no sistema devido a comportamentos inadequados de agentes financeiros, empresários e governos. É uma crise estrutural do sistema capitalista, cujos desdobramentos vem de longas décadas, onde os problemas da atualidade não são mais do que um capítulo dramático da mesma novela".


Miragens no deserto

A "aristocracia operária", nestes anos de neoliberalismo, andou aplicando sua poupança no mercado de ações, fruto do fenômeno chamado de "popularização das bolsas de valores". É comum este tipo de "ilusão de classe", onde o trabalhador passa a acreditar que ele é uma espécie de sócio minoritário do sistema capitalista e, através de muito trabalho e cooperação, pode ter um futuro de paz e prosperidade. Até mesmo os militantes socialistas estão sujeitos a falsas miragens no deserto sob o sol escaldante do mercado. A expectativa de ganhos fáceis inebriou a mente de muitos trabalhadores. Contudo, como diz o ditado popular, "dinheiro que vem fácil, vai fácil".

Quero demonstrar que a atual crise não é de ocasião, um simples ajuste no sistema devido a comportamentos inadequados de agentes financeiros, empresários e governos. É uma crise estrutural do sistema capitalista, cujos desdobramentos vem de longas décadas, onde os problemas da atualidade não são mais do que um capítulo dramático da mesma novela. Não se sabe se o capítulo seguinte irá ter um novo cenário de recuperação ou de depressão, mas o que se sabe é que o sistema cobra transformações profundas.

Nós, trabalhadores, não podemos nos iludir com as fórmulas que nos são impostas pelos governos de nações imperialistas, que em última instância, querem salvar o capitalismo, sob pena de nos fazerem pagar a conta desta hecatombe financeira, basta ver como rapidamente socorreram os bancos e as instituições afins. O pior pode acontecer e temos que ter iniciativas para garantir que haja crescimento econômico, garantia de emprego e renda e que continue a haver desenvolvimento no Brasil e na América Latina.

Uma situação absurda, prova de como a banca tem muito poder, é a taxa de juros praticada pelo Banco Central, não é de hoje que ela é um entrave ao crescimento e ao desenvolvimento do país e que faz a alegria dos especuladores e banqueiros. Ainda nestas circunstâncias, o BC não se dá conta da gravidade do problema que o mundo todo enfrenta, e ao contrário do que muitos países estão fazendo, reduzindo juros, o BC ainda mantém taxas astronômicas.

O estouro da bolha das empresas de tecnologia, a chamada nova economia, nos anos de 1998-99, gerou profundas perdas nos mercados financeiros e recessão nos EUA, que só foi contornada, em grande parte, por uma política de queda nas taxas de juros pelo FED, o que estimulou enormemente o consumo das famílias, sendo que um dos setores que mais esteve aquecido desde então foi o imobiliário, gerando uma "bolha especulativa" que veio a estourar no ano passado.

Uma das possíveis causas das crises nos tempos de globalização e financeirização tem sido a desconexão e distanciamento exagerado entre a exuberância dos mercados financeiros e economia real – o valor dos ativos financeiros tem se multiplicado e relação à renda real, vinculada à produção de bens e serviços - num cenário onde o crescimento global tem apresentado baixos resultados, comparados às décadas de 60 e 70. Aliás, desde essa época o sistema capitalista tem enfrentado fortes crises e convivido com uma tendência de queda nas taxas de crescimento.

Dinheiro a juros existe há muito tempo, não é uma invenção do capitalismo. Normalmente, à medida que o dinheiro excedente migra para o mundo das finanças, uma maior liquidez faz com que haja uma queda nos juros, desestimulando este tipo de aplicação, e estimulando o investimento produtivo. O contrário, uma forte onda de investimento produtivo, leva a um patamar superior de geração de riqueza e dinheiro excedente, que por seu turno tende a migrar para o mundo das finanças. Espera-se uma tendência ao equilíbrio para que o sistema funcione bem. As inclinações extremas causam grandes convulsões, ora devido à escassez, ora devido à superprodução.

O que nos últimos tempos tem causado uma propulsão desproporcional na banca mundial foram as inovações na emissão títulos e derivativos e a velocidade com que eles circulam no planeta, sem falar na falta de uma regulamentação adequada do setor, fruto da concepção ideológica que visa recuar o papel do Estado e alargar o campo de ação de mercado, e que criou um fenômeno novo, a financeirização.

De forma geral a financeirização consiste, basicamente, na existência de uma massa enorme de capitais circulantes pelo planeta, lastreados pelos títulos do tesouro dos EUA e no poder do dólar como moeda internacional e regulada de acordo com a política de juros do FED. Tudo isso associado aos crescentes déficits gêmeos – fiscal e conta corrente - norte americanos, com a elevação brutal nos gastos do governo e no consumismo exagerado das famílias sustentando o crescimento da economia, fazendo aumentar em escala colossal a emissão de dólares para dar conta de tudo isso e sugando, em contrapartida, a poupança dos povos num verdadeiro parasitismo planetário.

Os antecedentes que levaram a essa situação foram a vitória na "guerra fria" do modelo capitalista anglo-saxão e a supremacia política, econômica e militar dos EUA, que forjaram tal modelo como resposta ao problema da desvalorização do dólar e do seu papel como moeda internacional, o que vem se dando desde a década de 70. Acrescente-se a seus problemas a permanente contestação de sua hegemonia através de novos pólos de dinamismo econômico, como a China e as potências médias como o Brasil, Rússia e Índia, que há algum tempo já vêm entrando forte na concorrência global.

Nos EUA, esta concepção se revela patente na falta de um Estado provedor e que promova uma política habitacional aos mais pobres, obrigando-os a se submeterem a financiamentos pesados frente às instituições financeiras. O crédito fácil a juros baixos estimulou amplos setores sociais para a aquisição de moradias, e a inadimplência advinda, principalmente, com a elevação da taxa básica de juros pelo FED, foi o estopim para o estouro da bolha imobiliária e início desta crise no sistema financeiro, com conseqüências que têm se generalizado para os outros setores e pelo mundo afora.

A escala das perdas se contam em trilhões de dólares, sente-se o chão tremer cada vez que se vê falar de quebra de uma instituição financeira. Os governos movem-se freneticamente aportando recursos colossais para cobrir o rombo da crise. Contudo, são recursos públicos que poderiam ter uma destinação mais nobre. Na certa irá ocorrer nos EUA uma contração do emprego e dos salários com a recessão que se avizinha, o que tem gerado expectativas pessimistas com relação ao investimento e à produção, sem falar no crédito que beira à paralisia. Tudo isso leva a uma reação em cadeia retroalimentando negativamente o sistema e gerando ainda mais cautela e retração no ambiente dos negócios. É a crise gerando mais crise: menos emprego, menos salários, menos consumo, menos investimento, menos produção... e assim sucessivamente.

Dois fenômenos que me chamam a atenção: o primeiro é a proporção que a crise tomou e atingiu em cheio o sistema bancário, congelando as operações entre eles. E o segundo é ela ter iniciado no centro do capitalismo mundial – EUA e depois Europa – e ter atingido, ainda, com pouca intensidade a periferia, diferentemente das crises anteriores. Agora, são os países em desenvolvimento que poderão mais contribuir para o crescimento mundial e para restabelecer a confiança no âmbito global. Com isso, contudo, podem estar ameaçando o unilateralismo e a supremacia dos EUA, o que está fora dos planos deles.

Murilo Ferreira da Silva é mestre em economia rural e diretor do Sindicato dos Professores de Minas Gerais.

Artigo publicado no Caderno Vermelho Minas.


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UBES realiza CONEG e ENET em dezembro

Plenária Final do 10º CONEG, em setembro do ano passado


11º Coneg e 11º ENET da UBES: de 3 a 7 de dezembro em SP
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A décima primeira edição do Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) e do Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET) acontece na Cefet metrô Armênia.
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A reta final de 2008 para a UBES será intensa. De 3 a 7 de dezembro, acontecem dois importantes fóruns da entidade: a décima primeira edição do Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), encontro interno do movimento estudantil e do Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET), que debaterá a importância do ensino técnico para o desenvolvimento do País.
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O Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de São Paulo, próximo a estação Armênia do metrô, será a sede dos encontros. Os participantes ficarão alojados no mesmo local, onde também serão feitas as refeições. Os valores para credenciamento (Coneg) e inscrição (ENET) serão divulgados a partir de 1º de novembro.
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11º Coneg da UBES
"Esse deve ser o maior Coneg da UBES", prevê o diretor de políticas institucionais da entidade, Thiago Mayworn. A afirmação se baseia na novidade desta edição do fórum. Este ano, o Coneg será estatuinte, ou seja, durante o encontro serão votadas propostas para alterar o estatuto da UBES.
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"Por isso é fundamental a participação maciça dos estudantes secundaristas", convoca Thiago. "Este será um importante momento para adequarmos o estatuto da entidade a realidades dos estudantes brasileiros para que assim a UBES tenha ainda mais força na lutas por nossos direitos".
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Para participar é preciso que a entidade faça um pré-credenciamento, enviando um e-mail para 11coneg@gmail.com até dia 6 de novembro. O próximo passo será o credenciamento efetivo da entidade. Para isso é necessário enviar via Correio até 20 de novembro os seguintes documentos: ata de fundação, ata de eleição, ata de posse, estatuto e materiais que comprovem a existência da entidade como cartazes, adesivos, panfletos, recortes de jornal, etc.
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Há também a opção de entrega dos documentos pessoalmente na sede da UBES (Rua Vergueiro, 2485 – Vila Mariana – SP. Próximo ao metrô Ana Rosa). Neste caso o prazo se estende até 29 de novembro. Após 20 de novembro, só serão aceitos documentos enviados por correio postados até essa data (20/11). Para as entidades que participaram do 10º Coneg, basta enviar a ata de posse e de eleição.
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11º ENET
Debater o ensino técnico como instrumento para o desenvolvimento do Brasil. Esse é o principal objetivo do Encontro Nacional de Escolas Técnicas, que também colocará em pauta a estrutura do ensino técnico, processo de expansão, as Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFET’s), o sistema "S", entre outras questões.
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"Vamos também discutir qual deve ser o papel do ensino técnico em relação a descoberta da camada Pré Sal. O Brasil precisa formar profissionais nessa área para garantir o desenvolvimento nacional", alerta Thiago.
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Para participar é preciso se inscrever através do e-mail 11enet@gmail.com. Na mensagem envie nome, endereço, telefone, nome da instituição e ano que cursa.
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Da Redação do EstudanteNet.

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Lideranças estudantis com Leonardo Quintão

Foto de Cristina Horta/EM/D.A press

Matéria de Juliana Cipriani - Estado de Minas

O candidato do PMDB à Prefeitura de Belo Horizonte, Leonardo Quintão, vai contar com o reforço do vice-presidente da República, José Alencar (PRB), na reta final da campanha. Depois de apresentar o depoimento da deputada federal Jô Moraes (PCdoB), terceira colocada no primeiro turno do pleito com quase 9% dos votos, ele trará para seu programa o principal apoiador da colega de Câmara dos Deputados, mas não adiantou quando a gravação, feita esta semana, será apresentada. Ontem, o peemedebista recebeu apoio de entidades representativas dos estudantes e formalizou a apresentação de sua proposta para conceder-lhes o meio-passe para o transporte coletivo.

“O Alencar é um conselheiro político, um amigo. Já declarou que vai votar comigo e vai nos ajudar nesta reta final de eleição”, disse, acrescentando que o vice-presidente já gravou para ele. Quanto ao momento da divulgação, Quintão disse ser surpresa. “Vai ser nos melhores momentos do programa. O Zé é uma pessoa do bem e um conselheiro político que tenho.”

Ao lado de Jô Moraes e Jorge Periquito, que concorreu à prefeitura pelo PRTB e integra o movimento estudantil, o candidato do PMDB recebeu ontem o apoio das principais entidades representativas dos estudantes, incluindo a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União da Juventude Socialista (UJS), União Colegial de Minas Gerais (UCMG), União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-BH) e a União Estadual dos Estudantes (UEE-MG). Na ocasião ele anunciou a criação de um fundo específico para o qual prometeu fazer um aporte anual de R$ 50 milhões para subsidiar o meio-passe estudantil.

DÁ PRA FAZER
Em discurso, Quintão disse que a forma de conceder o benefício será discutida com os estudantes, mas garantiu que ele será para todos, incluindo os alunos da rede privada. Segundo ele, o fundo garantirá o equilíbrio financeiro das concessionárias de transporte coletivo e o meio-passe será fiscalizado por representantes da sociedade civil organizada. Quintão diz não haver dificuldades devido ao incremento na arrecadação do município, acrescida de tributos vindos da União e do estado.

A presidente da UNE, Lúcia Stumpf, convocou a juventude a ir para as ruas na última semana de campanha pedir votos para Leonardo Quintão, a fim de promover uma “mudança em BH”. No encontro, estavam presentes jovens de grêmios estudantis com adesivos “Sou Jô e voto 15”. Os estudantes distribuíram material colocando Quintão como alternativa ao “voto de cabresto”.


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II BH Indie Music movimenta capital mineira


No último sábado (18), a Plugcci-Comunicação foi conferir na capital mineira o encerramento do “II BH Indie Music” que ocorreu no bar “Matriz”. Durante o evento foi possível conhecer o trabalho das novas bandas da capital, saber sobre as dificuldades e principalmente dos pontos altos nas articulações da música independente de BH.

Muito legal a movimentação da moçada, principalmente sobre a colaboração das casas de show como o “Matriz”, além do pessoal da distribuição como do “Tempo do Rock” representado pelo Samuel, Muito Legal!

Na banca de CDs a Plugcci-Comunicação adquiriu seis álbuns de bandas de Minas como: JunkBox – Florais; Gardenais – Lindo Triste Mundo; Curved – Water Cleans; Elephas – Depois do Silêncio; Os Eremitas; Subburbia.

Conferindo a grade de apresentações do Matriz, constatamos a quantidade de eventos já programados na casa. Fato que comprova que a cena possui apoio do empresariado que proporciona o suporte de estrutura necessário para a consolidação das apresentações. Foi Possível conversar também com o Rodolfo de Ribeirão das Neves, que já nos adiantou sobre a primeira reunião da moçada da sua localidade que já articula a formação de um coletivo no modelo organizacional de uma associação para o fomento e evolução da cena mineira.

Muitas bandas legais se apresentaram no festival, como a Manolos Funk, banda muito legal que tem como integrante o Fred Berli de Vespasiano, o qual também articula a criação da iniciativa independente na zona metropolitana.

Em uma entrevista muito legal com a Malu Aires para a Web Rádio Plugcci, foi possível saber mais das articulações na capital mineira e toda proposta do festival. Confira a entrevista na íntegra clicando aqui.

A Plugcci-Comunicação agradece muito a colaboração do Studio Rock de propriedade de Andrey Meoli e Danilo Baliza em financiar de tamanha espontaneidade o translado para a capital mineira. Com isso foi possível fazer a representação de Montes Claros no evento, além de possibilitar a distribuição dos CDs da Vomer e da coletânea #1 do Studio Rock. Os álbuns foram entregues para diversas pessoas da cena indie e contatos de rádios da capital.

A visita aos “hermanos” foi muito produtiva, além de conferir muito som bacana do II BH INDIE MUSIC, foi possível conhecer mais sobre as articulações, trajetória da iniciativa além de conhecer pessoalmente a Malu Aires e rever os companheiros e músicos que havia conhecido no lançamento do coletivo Pegada no último dia 10. Trouxemos na bagagem seis álbuns de bandas mineiras, além de deixar trabalhos de cinco bandas montesclarenses, com fins de circulação do trabalho do interior na capital.

Texto e foto Rodrigo de Paula.

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Educação não é mercadoria!


UNE convoca Jornada de Lutas nas universidades pagas para novembro

De 17 a 21 de novembro, estudantes de todo o país promoverão debates, seminário e aulas públicas com o objetivo de chamar atenção para a importância da regulamentação do ensino superior privado.
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Educação não é mercadoria! A frase já consagrada em passeatas e manifestações do movimento estudantil ganhará mais força no mês de novembro com a Jornada de Lutas nas universidades pagas. Serão cinco dias de mobilizações nas principais universidades privadas do País para alertar a juventude sobre irregularidades nessas instituições que vão desde a cobrança de taxas para emissão de documentos até o reajuste abusivo de mensalidades.

Convocada pela UNE, em sua reunião de diretoria, a Jornada é uma tradição no movimento estudantil e acontece em novembro justamente porque é nesse período que se encerra o ano letivo e abre-se a temporada de reajustes nas mensalidades. Este ano as mobilizações acontecem entre os dias 17 a 21 de novembro.

De acordo com a entidade, o objetivo das mobilizações que incluem debates, seminários, aulas públicas e demais mobilizações dentro das universidades, é chamar a atenção para a necessidade de regulamentar o ensino superior. Entre os pontos desta Jornada estão a luta pela aprovação do PL de mensalidades, conhecido também como o PL da UNE, contra a cobrança de taxas, por mais democracia e liberdade de organização estudantil e em defesa dos inadimplentes.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007 mostram que 76% dos universitários do país estão na rede privada. Com a entrada de 300 mil alunos na rede privada no mesmo ano, o contingente nessas instituições cresceu 0,5 ponto percentual em relação ao ano anterior e chegou a 4,7 milhões pessoas.

A UNE entende que é preciso criar um Fórum Permanente de Matrícula para aprofundar o debate sobre a inadimplência, os juros moratórios, debater Assistência Estudantil e defender a regulamentação da entrada do capital estrangeiro na educação.

O PL da UNE
O projeto apresentado pela UNE condiciona o reajuste das mensalidades à discussão com pais e alunos e impede a expulsão sumária de inadimplentes, além de obrigar que o anúncio do valor da nova mensalidade seja divulgado 120 dias antes do encerramento das matrículas. Atualmente isso ocorre em média somente 40 dias antes, impedindo a organização de pais e alunos para participarem das negociações.

Pela proposta, "o valor da mensalidade escolar corresponderá ao valor da mensalidade do ano anterior, salvo quando demonstrada a necessidade de reajuste, para efeito de custeio dos encargos educacionais e, mesmo quando comprovada a necessidade do reajuste, este deve ser menor que o índice de inflação do IPCE (Índice de Preço ao Consumidor) do ano anterior".

De acordo com as regras atuais, as escolas e mantenedoras das universidades particulares apresentam o índice de reajuste baseado em planilha de custos, sempre acima de inflação.

Baixe aqui o PL 6489/06

Confira o calendário de atividades da UNE para o próximo período:

Novembro
17 a 21 - Jornada de Lutas da UNE nas universidades pagas

Janeiro
17 a 20 - CONEB
20 a 25 - Bienal
27 a 1º de fevereiro - FSM - Belém (PA)

Março
20 a 23 - CONEG da UNE
24 a 28 - Jornada de Lutas UNE e UBES (indicativo)

Julho
8 a 13 - Congresso da UNE em Brasília (indicativo de data e local)

Da Redação do EstudanteNet

A Estrada vai além do que se vê!

Professores continuam negociações com o Governo

Leiam abaixo os resultados da última Assembléia dos professores da Unimontes e a convocação do próximo encontro, que será realizado na próxima quinta-feira.

Caros Professores,
No dia 10 de outubro (sexta-feira) às 14h30min nós, representantes do corpo docente da Unimontes, reunimos com os técnicos da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais – SEPLAG para dar continuidade às negociações salariais (conforme deliberação da Assembléia do dia 03/10 que definiu pelo retorno às aulas e continuidade das negociações com o Governo do Estado de Minas Gerais).

Nessa reunião, a SEPLAG apresentou uma proposta (encaminhada em anexo) que contempla apenas 5% de reajuste nos vencimentos básicos e a criação de uma gratificação para os professores efetivos e efetivados. Essa proposta da SEPLAG também apresenta uma gratificação por Dedicação Exclusiva (DE) de 40% para mestres e doutores.

Em contra-partida nós, representantes do corpo docente da UNIMONTES, manifestamos nossa profunda insatisfação com tal proposta, uma vez que reivindicamos uma política de reajuste nos vencimentos básicos, fato compartilhado também pelos professores da Unimontes, reunidos em Assembléia no dia 14/10 no auditório do CCBS.

Então, apresentamos uma contra-proposta que propõe reajuste de 21% nos vencimentos básicos e 19% de gratificação, além de alterar a gratificação por Dedicação Exclusiva para 50% (mestres e doutores). E assim, agendamos uma reunião com a SEPLAG para o dia 21/10 às 15h, onde esperamos definir essas questões que se arrastam a mais de 1 ano. A secretária de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais, Renata Vilhena, já confirmou sua presença nessa reunião.

No dia 23/10 às 9h no auditório do Centro de Ciências Humanas – CCH teremos uma Assembléia onde apresentaremos os resultados da reunião do dia 21/10 com a SEPLAG. Dessa forma, contamos com a presença de todos vocês para que juntos possamos avaliar tais resultados e definir os rumos do movimento "CAMPANHA SALARIAL".


Saudações !
Profª. Marise Fagundes Silveira
Presidente da Adunimontes
Gestão "Coração Sertanejo"


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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Os sonhos não envelhecem

Foto de Fabiano Carvalho

Foi publicado ontem no Blog do Zé Dirceu, artigo da Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, sobre a luta estudantil em 1968 e nos dias atuais.

A feliz coincidência fica por conta do título do artigo, o mesmo que dá nome a esse espaço: Os sonhos não envelhecem.

Vale a pena conferir.

Os sonhos não envelhecem

Por Lúcia Stumpf*

"Há dias que condensam anos, há anos que condensam dias" - K. Marx

La jeunesse est la flame de la revolución
- "A juventude é a chama da revolução" - slogan do Maio de 68 em Paris.

1968 foi sem sombra de dúvidas, um ano que condensou décadas. Manifestações antiimperialistas eclodiam por todo o globo. O velho colonialismo europeu parecia derrotado e o novo imperialismo ianque sofria duros golpes em Saigon. A solidariedade internacional ao povo vietnamita atingia um novo patamar. Em Paris, mais de 50 mil estudantes, em marcha sob o Arco do Triunfo - naquele que ficou conhecido como o Maio de 68 e cujo auge seria a "noite das barricadas" - questionavam o papel da universidade, as liberdades individuais e os valores sócio-culturais vigentes. Enfrentavam a polícia e o pensamento resignado em nome da liberdade! Tal movimento culminaria numa greve operário-estudantil de mais de um milhão de pessoas com ampla simpatia dos cidadãos franceses. O fato soou como franca ameaça para governos autoritários ao redor do mundo. E os 366 dias de 1968 exalavam resistência e contestação, seja através das flores, seja através de canhões.

Mataram um estudante, podia ser seu filho
No Brasil, o regime ditatorial dos militares completara 4 anos em 31 de março e não havia nenhuma sinalização da redemocratização (tese defendida por algumas organizações, inclusive de esquerda, à época). Ao contrário. Quatro Atos Institucionais já haviam sido promulgados e todos no sentido de tolher mais e mais os direitos do povo. A repressão ao movimento estudantil era crescente. No dia 28 de março, Edson Luís de Lima e Souto, paraense de apenas 18 anos, é assassinado pela polícia durante confronto no Rio de Janeiro.

A morte de Edson Luís abre um ciclo de grandes mobilizações Brasil afora. Mais de 50 mil pessoas acompanharam seu enterro, que se transformou num ícone da luta dos estudantes pela democracia. A comoção e a revolta causadas pelo assassinato covarde de alguém tão jovem se converteram na sede de democracia e justiça. De março a outubro o clima era de extrema tensão: passeatas, protestos e reitorias ocupadas diariamente. Mais estudantes foram mortos em conflitos, outros tantos, feridos. No Rio de Janeiro a Passeata dos Cem Mil reúne líderes estudantis, trabalhadores, artistas e intelectuais pelo fim da ditadura. Em São Paulo, a Batalha da Rua Maria Antônia termina com o saldo lamentável de um estudante morto e dezenas feridos.

A UNE somos nós, nossa força e nossa voz
Quando os militares tomaram o poder do Estado brasileiro, em 64, uma das primeiras medidas adotadas foi a proibição da União Nacional dos Estudantes de existir e o incêndio e destruição covardes de nossa sede no Rio de Janeiro. O mesmo Estado que deveria zelar pelo bem estar dos cidadãos ateou fogo na Casa do Poder Jovem. Não foi por acaso, já que a UNE, entidade máxima de representação dos estudantes, já demonstrava seu enorme poder de mobilização e seu empenho na defesa intransigente da democracia, soberania nacional e da justiça social em todos os momentos em que estavam sob ameaça estes valores.

Desde então, muitos dos líderes estudantis tinham sido presos e postos na clandestinidade. Nem toda a perseguição a nossa organização nos impediu de continuar lutando pela queda daquele regime de opressão e violência. Em outubro de 1968, rumávamos à realização do nosso 30º Congresso, que ocorreria clandestinamente em Ibiúna, no interior de São Paulo. Foram mais de 700 participantes provenientes dos mais variados cantos do país.

Em 12 de outubro, a polícia invade o Congresso e prende todos os presentes. Mesmo acuados, aqueles bravos estudantes realizaram os debates do congresso na prisão e delimitaram quais os caminhos da UNE para o próximo período: mais do que nunca, intensificar a luta contra a ditadura. Dentre os 719 presos, estavam Jean Marc Van Der Weid – que seria eleito presidente da UNE pouco tempo depois, num congresso menor convocado para este fim, em claro sinal de insubmissão da UNE à ditadura -, Luís Travassos, Helenira Rezende e José Dirceu (presidente da UEE-SP). Iniciaram-se protestos contra a prisão dos estudantes.

O ano se aproximava do fim e, temendo o avanço das forças progressistas, o general Costa e Silva fecha o Congresso e promulga o AI-5, que inaugura o período mais cruel e sanguinário da ditadura militar. Rapidamente, o Estado edificava um aparato terrorista sob orientação e apoio da CIA. As perseguições, torturas e assassinatos de jovens estudantes, líderes do movimento, se intensificam mais e mais. Diretores da UNE foram assassinados.

De pé a classe estudantil
Mesmo com toda a perseguição da ditadura, a juventude brasileira nunca deixou de lutar. Os estudantes ainda se engajavam e engrossavam as manifestações que pipocavam por todo o país exigindo Diretas Já! E, em 1988, a promulgação da Constituição Cidadã enterrou definitivamente o regime dos generais. O sonho de Ibiúna se realizou.

Infelizmente, com irrestrito apoio dos meios de comunicação, Collor é eleito presidente e já inicia seu mandato impondo a agenda do neoliberalismo. Mais uma vez fomos às ruas, desta vez bradando Fora Collor! Com a queda de Collor, saímos vitoriosos. Mas sofreríamos novo revés. FHC seria eleito, por duas vezes, e avançaria com força sobre o patrimônio nacional.

Esta política nefasta recebeu um basta em 2002 com a eleição de Lula para Presidência da República. Apesar de alguns setores do governo ainda serem ligados ao projeto neoliberal (como o presidente do BC, Henrique Meirelles), a Educação sofreu sensíveis progressos. E apesar das tentativas da mídia hegemônica, que representa os interesses do grande capital especulativo, de despolitizar a juventude com a idéia do individualismo egoísta, os jovens se engajam mais e mais em coletivos, em "tribos".

Esta diferenciação do jovem da era da informação com relação ao militante de ontem faz com que mude também o formato das nossas atividades. Não é possível ser a maior entidade juvenil do país e não acompanhar as mudanças da juventude. Mantemos a essência combativa e contestadora, mas a forma mudou. A luta pela Reforma Universitária continua na ordem do dia, porém com uma forma que dialoga com a juventude contemporânea, com os universitários de 2008, que na maioria vezes trabalham todo o dia e vão para a universidade só à noite, com o objetivo de conseguirem um diploma que os colocará em situação melhor no mercado de trabalho.

Realizamos a Caravana UNE: Saúde, Educação e Cultura que está percorrendo o Brasil discutindo saúde e comportamento juvenil, além de SUS e outros temas estratégicos para construir o país que queremos. Jogamos muito peso também no trabalho com a cultura e realizamos as Bienais de Arte e Cultura da UNE, remontando e reciclando a frutífera experiência do CPC da UNE.

Nossa luta hoje não é mais contra a ditadura dos fuzis, mas contra ditadura da ideologia. Pregam para a juventude de hoje que não há alternativa que não seja o Consenso de Washington, o individualismo e o hedonismo. E assim como a pauta de Ibiúna demorou anos para ser vitoriosa, vemos já uma outra América Latina em marcha, com grande peso da juventude em todas as suas transformações, mas com muito ainda a ser feito. Como nos mostrou a história, a presença dos estudantes na construção desta nova América Latina é essencial. Os estudantes foram, são e continuarão sendo a força motriz dos projetos inovadores e democráticos. Como o foram em Ibiúna, como somos hoje em dia.

Somos a juventude de Ibiúna, somos os jovens que dizem "Seja realista, peça o impossível!".

*Lúcia Stumpf tem 27 anos e é presidente da UNE


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Vox Populi, Vox Dei


Reportagem de Girleno Alencar, da Sucursal Montes Claros do Jornal Hoje em Dia


O candidato Luiz Tadeu Leite (PMDB) está com 21 pontos de frente com relação ao candidato Athos Avelino (PPS) na disputa pelo segundo turno em Montes Claros, no Norte de Minas, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Vox Populi e divulgada ontem de manhã. Tadeu tem 55% dos votos na pesquisa estimulada, contra 34% de Athos Avelino. Na pesquisa espontânea, o candidato peemedebista aparece com 53%, contra 33% do adversário. Foram entrevistadas 600 pessoas em Montes Claros, nos dias 10 e 11 de outubro. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

O resultado da pesquisa é contestado pelos coordenadores da campanha de Athos Avelino. Eles alegam que, no primeiro turno, o candidato do PPS teve 36% dos votos e, portanto, não haveria como explicar tal mudança. A pesquisa foi contratada pelo candidato Luiz Tadeu Leite (PMDB) e, desde a última semana, a coligação do candidato Athos Avelino tentou evitar a divulgação dos resultados do levantamento, sob o argumento de que estava sendo usado indevidamente o nome da Vox Populi. No entanto, a empresa confirmou ontem que realizou a pesquisa na cidade.

O juiz Antônio Adilson Salgado Araújo, da 317ª zona eleitoral, indeferiu a ação que pedia a proibição da divulgação da pesquisa e autorizou, na última terça-feira, a publicação. Os dados mostram, no levantamento espontâneo, Tadeu Leite com 53% dos votos, contra 33% de Athos Avelino. Brancos e nulos somam 3% e 11% não sabem em quem votar ou não responderam. Na pesquisa estimulada, Tadeu Leite está com 55%, contra 34% de Avelino. Brancos e nulos somam 4% e 7% não sabem em quem votar ou não responderam.

Quando o assunto é rejeição, a pesquisa mostra que 40% dos eleitores se recusam a votar em Athos Avelino, e 27% em Luiz Tadeu Leite, enquanto 25% informaram que votariam em qualquer um dos candidatos. Outro fato interessante da pesquisa é que 66% dos eleitores entendem que o próximo prefeito será Luiz Tadeu Leite, enquanto 18% estimam que Athos Avelino irá ocupar o cargo; 16% não sabem ou não responderam.

No programa de rádio e TV veiculado ontem, os dois candidatos voltaram a trocar farpas. Tadeu acusou seu oponente de estar baixando o nível da campanha, ao acusá-lo de comparar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma muleta eleitoral, durante debate na TV. Naquele dia, provocado por Athos Avelino pelo fato de ter sido proibido de usar as imagens do presidente Lula nos programas eleitorais, Tadeu Leite alegou que não precisava de muleta para vencer as eleições.

Athos Avelino já colocou no ar o depoimento do deputado Ruy Muniz (DEM), anunciando apoio à sua candidatura, durante a reunião realizada na noite de segunda-feira. Muniz pediu aos eleitores que votaram nele no primeiro turno para migrarem sua votação para Avelino. Hoje, o secretário Estadual de Saúde, Marcos Pestana (PSDB), estará em Montes Claros e deve participar de atividade de campanha junto a Athos Avelino.


2º turno em Montes Claros

Veja os números da consulta Vox Populi

Pesquisa estimulada

Luiz Tadeu Leite (PMDB) 55%

Athos Avelino (PPS) 34%

Branco/Nulo/Ninguém 4%

Nenhuma das respostas 7%


Pesquisa espontânea

Luiz Tadeu Leite (PMDB) 53%

Athos Avelino (PPS) 33%

Branco/Nulo/Ninguém 3%

Nenhuma das respostas 11%


Foram entrevistadas 600 pessoas em Montes Claros, nos dias 10 e 11 de outubro, e a margem de erro é de quatro pontos percentuais. A pesquisa foi registrada sob o número 1.083/2008.


Fonte: Instituto Vox Populi.


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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Lançado o Manifesto do Fórum de Mídia Livre

Charge de Bira para A Charge On Line


O Fórum de Mídia Livre acaba de lançar o seu manifesto. O objetivo é coletar assinaturas de dirigentes de entidades, intelectuais e lideranças políticas. Na seqüência, serão agendadas audiências com os presidentes da República, do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o manifesto, "um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal".

Confira abaixo a íntegra do texto.

Manifesto da Mídia Livre

Pelo fortalecimento da mídia livre, por políticas públicas democráticas de comunicação e pela realização da Conferência Nacional de Comunicação

Brasil, outubro de 2008.

O setor da comunicação no Brasil não reflete os avanços que ao longo dos últimos trinta anos a sociedade brasileira garantiu em outras áreas. Tal conjuntura é uma das responsáveis pelo não crescimento democrático do país, impedindo que se torne socialmente mais justo.

A democracia brasileira precisa de maior diversidade informativa e de amplo direito à comunicação. Para que isso se torne realidade, é necessário modificar a lógica que impera no setor e que privilegia os interesses dos grandes grupos econômicos.

Não é mais possível aceitar que os movimentos sociais, protagonistas de muitos dos nossos avanços democráticos, sejam sistematicamente criminalizados – sem defesa, espaço ou meios para responder –, pela quase totalidade dos grupos midiáticos comerciais. Não se pode mais aceitar que, numa sociedade que se almeja democrática, apenas as idéias e informações ligadas aos interesses políticos e econômicos de pequenos grupos tenham expressão pública. Tal cenário nega o direito de todas e todos a ter acesso ao contraditório, violando o direito à informação dos cidadãos.

Um Estado democrático deve assegurar que os mais distintos pontos de vista tenham expressão pública, situação tão distante da realidade em nosso país. No Brasil, menos de uma dezena de famílias controla a quase totalidade dos meios de comunicação, numa prática explícita de monopólios e oligopólios – que seguem sendo realidade, embora proibidos pela Constituição Federal.

Ainda segundo a Constituição, deve-se criar um amplo e diversificado sistema público de comunicação, produzido pelo público, para o público, com o público. Um sistema que ofereça à sociedade informação jornalística e programação cultural-educativa para além da lógica do mercado, sintonizadas às várias áreas do conhecimento e à valorização da produção regional e independente.

Por fim, um Estado democrático precisa defender a verdadeira liberdade de expressão e de acesso à informação, em toda sua dimensão política e pública. Um avanço que acontece, essencialmente, quando cidadãs e cidadãos, bem como os diversos grupos sociais, têm condições de expressar suas opiniões, reflexões e provocações de forma livre, e de alcançar, de modo equânime, toda a variedade de pontos de vista que compõe o universo ideológico de uma sociedade.

Para que essa luta democrática se fortaleça, apresentamos a seguir propostas debatidas e aprovadas entre os cerca de 400 participantes do 1° Fórum de Mídia Livre, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos dias 14 e 15 de junho de 2008.

Ficam estabelecidos os seguintes compromissos:

1. Promover uma campanha e mobilização social pela democratização das verbas publicitárias públicas, com a realização, entre outras, das seguintes ações:

- Desenvolvimento, pelo Fórum de Mídia Livre e organizações parceiras, de critérios democráticos e transparentes de distribuição das verbas públicas que visem à democratização da comunicação e que se efetivem como legislação e políticas públicas

- Proposta de revisão dos critérios e “parâmetros técnicos de mídia” (tais como custo por mil etc.) utilizados pela administração pública, de forma a combater os fundamentos exclusivamente mercadológicos e viabilizar o acesso a veículos de menor circulação ou sem verificação

2. Contribuir na promoção de outras políticas públicas de incentivo à pluralidade e à diversidade por meio do fomento à produção e à distribuição;

3. Cobrar do Executivo federal que convoque e dê suporte à realização de uma Conferência Nacional de Comunicações nos moldes das conferências de outros setores já realizadas no país.

4. Lutar pelo estabelecimento de políticas democráticas de comunicação, na perspectiva de um novo marco regulatório para o setor que inclua um novo processo de outorga das concessões, a democratização e universalização da banda larga e a adoção do padrão nacional nos sistemas brasileiros de TV e rádio digital, além do fortalecimento das rádios comunitárias.

5. Criar uma ferramenta colaborativa que reúna diversas iniciativas de mídia livre e contemple a diversidade de atuação dos veículos e dos midialivristas, em formato a ser aprimorado nos próximos meses pelo grupo de trabalho permanente e aprovado no próximo Fórum de Mídia Livre;

6. Mapear as diversas iniciativas da mídia livre visando o conhecimento sobre a realidade do setor e o reconhecimento dos diversos fazedores de mídia;

7. Propor a implementação de pontos de mídia, como política pública, integrados e articulados aos pontos de cultura, veículos comunitários, escolas e ao desenvolvimento local, viabilizando, por meio de infra-estrutura tecnológica e pública, a produção, distribuição e difusão de mídia livre;

8. Buscar espaços para exibição de conteúdo produzido por movimentos sociais na TV pública;

9. Incentivar a consolidação de redes de produtores de mídia alternativa, a começar da comunicação interna (listas de discussões) e externa (portal na web) dos próprios integrantes do Fórum de Mídia Livre, que deve funcionar como rede flexível, difusa e permanente;

10. Estimular a criação e fortalecimento de modelos de gestão colaborativa das iniciativas e mídias, com organização não-monetária do trabalho, por meio de sistemas de trocas de serviço.

Em função destes compromissos, nos propomos a:

— realizar encontros de mídia livre em todos os estados brasileiros no segundo semestre de 2009;

— realizar um Fórum de Mídia Livre de alcance Latino-Americano ou mundial em Belém, às vésperas do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2009;

— realizar no 2º semestre de 2009 o II FML Brasil, com indicativo de Vitória (ES) como sede;

— somar-se às entidades de luta pela democratização na luta por uma conferência ampla, democrática e descentralizada, passando a integrar a Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação;

— envolver os movimentos sociais nas ações pelo fortalecimento da mídia livre;

— agendar em âmbito federal, estadual e municipal reuniões com o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para apresentar as reivindicações tiradas no Fórum;

— criar o selo Mídia Livre para estar em todos os veículos, blogues etc. que se identificam e reconhecem como mídia livre;

— realizar ato público de rua em Brasília, com pauta e mobilização conjunta com outros movimentos da comunicação e outros movimentos sociais, articulado com a entrega do manifesto aos três poderes, como parte de semana de mobilização que contará também com ações de guerrilha midiática e viral.

Fórum de Mídia Livre


Do Portal Vermelho


A Estrada vai além do que se vê!

Diretoria da UNE define ações para 2009

Em pauta temas como a Caravana, 6ª Bienal de Cultura, Fórum Social Mundial e a continuidade da campanha Meu apoio é concreto, para viabilizar a reconstrução da sede da UNE e da UBES, no Rio de Janeiro.
Cerca de 150 estudantes, entre eles 50 diretores da UNE, se reuniram este fim de semana (11 e 12) no Complexo Esportivo Baby Barione, na zona oeste da capital paulista para definir mobilizações, diretrizes e atividades para o ano que vem.
Durante a reunião, a diretoria fez um balanço da Caravana da UNE: Saúde, Educação e Cultura que está na estrada desde o dia 11 de agosto. O coordenador da expedição, Emival Dalat apresentou um balanço das atividades até o momento. Os presentes avaliaram que a Caravana está sendo um instrumento de abordagem dos estudantes muito positivo, que propicia à UNE chegar a mais estudantes para mobilizar lutas em defesa da Universidade e chamá-los a participar do 12º Coneb e da 6ª Bienal de Cultura.
Em relação a Caravana ficou definido que a diretoria da UNE deve estimular a organização de comitês locais de organização e que deve haver uma maior participação dos diretores no trajeto desenvolvido pelo ônibus.

12º Coneb

Os participantes do 12º Conselho Nacional de Entidade de Base (Coneb) que acontece entre os dias 17 a 20 de janeiro de 2009 em Salvador terão uma grande responsabilidade. Isso porque essa edição de um dos principais fóruns do movimento estudantil, será o momento de sintetizar propostas de estudantes de todo o país sobre o ante-projeto de Reforma Universitária da UNE.
Essas sugestões serão colocadas em votação e darão origem ao projeto de Reforma Universitária da entidade. Durante a reunião foi apresentado um panorama geral das transformações que vem acontecendo na educação no país nos últimos meses. "Neste contexto de intensa implementação de políticas educacionais pelos poderes executivo e legislativo, joga grande papel a mobilização e luta dos estudantes. Além disso, precisamos debater de maneira mais aprofundada sobre qual Universidade queremos construir no país", disse a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.
A reunião também reafirmou a necessidade de reeditar a campanha de boicote ao Enade, realizada em 2007.

6ª Bienal de Cultura: Raízes do Brasil – formação e sentido do povo brasileiro

Outro tema amplamente debatido durante os dois dias de reunião foi a sexta edição da Bienal de Cultura. Foi apresentada a concepção e a proposta de programação para o festival, além de distribuídos os materiais de convocação como cartaz, folder e regulamento.
Ficou definido que os diretores têm até esta quarta-feira, dia 15 de outubro, para enviar sugestões na programação. Para esta edição a meta é inscrever 2.500 trabalhos.

Fórum Social Mundial

2009 será mesmo um ano movimentado. De 27 a 1 de fevereiro acontece o Fórum Social Mundial. A UNE participa do evento desde sua primeira edição, realizada em 2001 em Porto Alegre.
Ficou acertado que os temas a serem abordados pela UNE no FSM em atividades e materiais deverão ser prioritariamente a defesa da soberania da Amazônia e a educação como instrumento de integração latino-americana. Além desses temas também deveremos debater a Democratização dos meios de comunicação.
O espaço prioritário de organização da entidade será o Acampamento Intercontinental de Juventude, onde a UNE deve ter uma tenda junto da OCLAE para realizar debates e servir de ponto de referência e distribuição de materiais à juventude de todo o mundo.

UNE e UBES de volta pra casa

Foi apresentado os últimos encaminhamentos referentes à campanha "Meu apoio é concreto", pela reconstrução da sede da UNE na Praia do Flamengo, que agora deverá se centrar na aprovação do PL pelo Congresso Nacional além de já ir adiantando passos rumo a concretização do inicio das obras.
Foi constituído um GT composto por diretores da UNE e da UBES que terá a responsabilidade de articular todas as decisões referentes a construção da sede, além de aprovado pela diretoria as diretrizes bases que ditarão os termos da reconstrução.
A reunião também aprovou diversas moções relacionadas a questões recentes ligadas ao movimento estudantil, resoluções sobre a demarcação das terras Raposa Serra do Sol, anistia políticae sobre o Enade e a carta Honestino Guimarães que faz um apanhado geral dos temas debatidos na reunião.


Leia abaixo os documentos aprovados na 3ª reunião de diretoria plena da UNE







Da Redação do EstudanteNet


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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Professores da Unimontes realizam Assembléia hoje

Os docentes da Universidade Estadual de Montes Claros realizam Assembléia hoje para discutir a Campanha Salarial. Após uma greve que durou 18 dias, os professores retornaram às aulas no último dia 6 de outubro. Hoje, véspera do Dia do Professor, os docentes voltam a debater a neociação salarial em curso com o Governo do Estado. Segundo informações que o Blog levantou com integrantes do Comando de Greve, as negociações quase não avançaram, mas a possibilidade de reiniciar a greve é pequena.

Veja abaixo a convocação da Assembléia.

Prezado (a) professor (a),

A Diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Montes Claros – Adunimontes, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos artigos 17, 18, 19 do seu estatuto e demais disposições aplicáveis, por meio desta, vem convocá-lo (a) para a ASSEMBLÉIA GERAL DOS PROFESSORES DA UNIMONTES, a realizar-se no dia 14 outubro de 2008, terça-feira às 16:00 horas no Auditório do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS, Campus Universitário “Darcy Ribeiro”.


Pauta:
Campanha Salarial

Montes Claros, 13 de outubro 2008.


Profª. Marise Fagundes Silveira
Presidente da Adunimontes
Gestão “Coração Sertanejo”


A Estrada vai além do que se vê!

Jô Moraes declara apoio a Leonardo Quintão em BH

Um emocionante ato selou o apoio de Jô Moraes ao candidato Leonardo Quintão na disputa do segundo turno pela Prefeitura de Belo Horizonte. Participaram além dos militantes do PCdoB, dezenas de apoiadores que estiveram com a candidata comunista no primeiro turno, principalmente representantes do grupo Coerência Petista.

Na manhã desta segunda-feira (13/10), o diretório municipal do PCdoB, juntamente com a comissão política estadual e representantes do Comitê Central aprovaram por unanimidade o apoio ao peemedebista. Ao final da reunião, foi aprovada uma nota (veja a íntegra abaixo) que foi entregue a Leonardo durante o ato de apoio.

A atividade que anunciou o posicionamento aconteceu na sede do PMDB. Jô discursou afirmando que a primeira parte de sua missão foi cumprida com a realização do segundo turno e que agora vai trabalhar pela segunda etapa que é derrotar o candidato Márcio Lacerda e eleger Quintão.

Arranjo eleitoral
Jô relatou como foi a campanha no primeiro turno e a unidade que foi se criando entre todos os candidatos contra o candidato oficial de Aécio e Pimentel. “Nos encontramos em mais de 40 debates pela cidade, principalmente nas escolas e faculdades. Por onde andamos cresceu a certeza de que o grande desafio que BH tem é derrotar este arranjo eleitoral que quer nos empurrar um prefeito goela abaixo”.

Jô Moraes afirmou que a vitória de Leonardo Quintão vai ser a vitória do campo do presidente Lula e das forças democráticas. “Vamos impor mais esta derrota no Aécio, já que ele está amargando derrotas em todos os cantos de Minas”.

A comunista relatou os compromissos programáticos que Leonardo assumiu e que foram suas principais bandeiras de campanha, como a criação do Hospital da Mulher, o meio passe para os estudantes e a isenção de IPTU para as famílias mais pobres.

Petistas
O segundo a discursar foi o ex-deputado e delegado regional do Ministério da Reforma Agrária, o petista Rogério Correia. Ele falou em nome de todos os militantes do PT que estiveram na campanha de Jô Moraes no primeiro turno. Segundo Rogério, Quintão representará mais a continuidade do projeto iniciado por Patrus Ananias do que o candidato laranja indicado por Aécio Neves.

O candidato Leonardo Quintão comemorou o apoio recebido dizendo que ele será essencial para a sua vitória. Quintão prometeu fazer um governo de coalizão, “inclusive nossa administração será dirigida por um Conselho Político, igual ao do presidente Lula, se dá certo para ele, dará para nós também”.

Quanto aos compromissos que incorporou com o apoio de Jô e dos petistas, ele disse ter feito sem nenhuma dificuldade, “a maioria deles já estavam no meu programa de governo, os outros são propostas que eu já estava incorporando ao longo da nossa campanha”.


Veja a íntegra da nota do PCdoB de apoio a Leonardo Quintão

O PCdoB e o segundo turno em Belo Horizonte

As eleições municipais desse ano desafiaram a cidade a escolher a alternativa com a melhor identidade com o projeto progressista, democrático e popular. O PCdoB concorreu com a candidatura da deputada federal Jô Moraes – que participou da construção dessa experiência desde o primeiro momento em 1993. Honrosamente, Jô Moraes teve como vice uma liderança política do PRB, o administrador e pastor Cláudio Sampaio.

A campanha de Jô travou no primeiro turno uma memorável batalha democrática. Alertou Belo Horizonte quanto aos riscos da cidade ser governada por um candidato desconhecido imposto pelo governador e o prefeito. Denunciou a ameaça que o projeto iniciado por Patrus Ananias e Célio de Castro sofria de ser interrompido e substituído por um projeto baseado em choque de gestão e privatizações.

Com sobriedade e coragem política, a campanha de Jô levantou-se contra o abuso do poder econômico e o desrespeito à legislação eleitoral. Alertas que foram confirmadas pelo Ministério Público Estadual e pelo Tribunal Superior Eleitoral.

A campanha de Jô angariou e agradece o apoio sincero e decidido do Vice-presidente José Alencar, dos companheiros de outras legendas partidárias, de lideranças do movimento social e cultural, das universidades e escolas, e, sobretudo do povo de Belo Horizonte. Na essência, nos sentimos vitoriosos do nosso alerta ter sido ouvido por esta cidade rebelde e consciente.

A conduta política altiva e corajosa da deputada federal Jô Moraes foi decisiva para a realização do segundo turno, algo fora dos planos daqueles que se julgavam donos de BH. Somamos ao sentimento expresso nas urnas de que a cidade não aceita imposições, coronelismos, prefeitos biônicos. A maioria dos votos foi um sonoro não aos que querem tirar o nosso direito soberano de escolher nosso destino através do sufrágio.

As condições materiais insuficientes, o limitado tempo de TV e o cerceamento imposto pelas máquinas, não permitiram que a campanha de Jô se expandisse e chegasse ao segundo turno. Mas chegamos aqui com a sensação de dever cumprido.

Cabe agora tomar o melhor posicionamento que contribua para o reforço da base do governo do presidente Lula e da rearticulação de um pólo de centro-esquerda, que reafirme a importância dos partidos e de sua coerência programática.

Esse posicionamento parte da idéia de que a cidade não aceitou uma aliança política entre o PT e o PSDB que se apresentaram no país e no estado com diferenças programáticas entre governo da inclusão social e governo de privatizações e da defesa das elites. Sobretudo, somos chamados a apontar entre a duas candidaturas que se credenciaram para o segundo turno, escolhendo qual delas pode tornar nossa cidade mais humana e realizar uma gestão democrática.

O PCdoB e sua deputada federal Jô Moraes indicam ao eleitorado de BH que votem no candidato do PMDB, Leonardo Quintão. Essa indicação de voto se dá com base em compromissos programáticos firmados pela candidatura do PMDB, vinculados aos direitos do povo e à uma gestão democrática.

Quando optamos por caminhar junto com o PMDB, fazemos isso com a certeza de quem já esteve junto em várias outras ocasiões. Inclusive em eleições recentes, quando sustentamos a campanha de Lula e Nilmário, enquanto outros já caminhavam com aqueles que fazem oposição ao presidente Lula.

Fazemos isso também por entendermos a importância dos partidos políticos e de suas direções, de valorizar aqueles que respeitam e reconhecem nos partidos um sustentáculo fundamental da nossa democracia. Não concordamos e nos opomos aos que submetem os partidos aos seus meros interesses pessoais e menores.

Este rico debate de idéias que a cidade promoveu neste primeiro turno apontou questões fundamentais para a nossa cidade. Muitas delas se tornaram propostas basilares do nosso programa de governo. Nossa decisão de caminhar daqui para a frente com Leonardo Quintão se sustenta também no compromisso de que juntos poderemos implementar estas políticas. O compromisso de governar com base no princípio do estado laico, na valorização concreta dos servidores municipais, com amplo diálogo com suas entidades sindicais e no respeito aos direitos de cidadania de todos os segmentos da sociedade.

A administração de Leonardo Quintão deve ser uma gestão de participação popular, garantindo suas instâncias como o Orçamento Participativo, que deve ser valorizado, e instrumentos que assegure a democracia, como o Conselho e a Conferência da Cidade.

Enfrentar o grave problema do ensino, viabilizando o Pacto pela Educação que garanta acesso, permanência na escola e qualidade do aprendizado. Que a juventude da nossa cidade, que nos deu aulas de cidadania nas dezenas de debates que organizou nas escolas e universidades, tenha o direito ao meio-passe escolar, uma dívida que BH tem com os estudantes, já que é uma das únicas capitais do país sem este benefício.

Que a população mais pobre da cidade tenha a garantia da regularização fundiária, tendo acesso às sonhadas escrituras e os proprietários de imóveis no valor venal de até 50 mil reais sejam isentos do pagamento do IPTU.

Que no governo de Leonardo Quintão mais mulheres estejam a frente de secretarias e órgãos da administração. Que sejam triplicadas as vagas das creches e das escolas de educação infantil. Que a nova administração assuma o pacto para a redução da mortalidade materna e crie o Hospital da Mulher, uma unidade de referência e de atenção integral a saúde da mulher.
Que na cidade seja fortalecida a atenção primária com as equipes de saúde ampliadas e completas, em uma perspectiva de cuidado integral.

O compromisso principal que um governo de coalizão deve assumir é governar com um Conselho Político composto das legendas dos partidos comprometidos em manter a cidade no rumo de uma gestão democrática. Construir a Belo Horizonte de amanhã, que exige um projeto com planejamento, integração da região metropolitana e humanização dos serviços. Colocar as pessoas em primeiro lugar, principalmente os mais humildes, garantindo saúde, educação, segurança e qualidade no transporte público, sendo orientador de um novo ciclo de desenvolvimento para a cidade, em permanente diálogo com a população de Belo Horizonte.


Belo Horizonte, 13 de outubro de 2008.



A Estrada vai além do que se vê!